Efêmera Vadia!

Passo cada passo
Do estrago que foi feito do meu parto
Sangra-me vasto, amor escasso
Corpo violado, alma estuprada
Moro na pátria amada, de homens vis
Infelizes seres de esplêndidas almas hostis
Não sou da pátria, nem da mátria, eu quero viver na frátria

Da costela de adão, fui rejeição
Fada rosa com varinha de condão
Não quero ser não !

Pastor João me disse que mulher é pecado e perdição
Eu digo não, sua maldição faz-me forte
Sou Frida Kahlo de pele negra e corpo cheios de corte
Sou Joana Darc e Beth Lobo
Não é supresa sua mal querência
Pra viver, faço-me de fogo
Pra este jogo de pandemônios
Não faço coro, só vejo choros
Sou Cora Coralina, sou rainha e sou vadia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário