ANÁLISE - CQC x Kultur


O CQC (Custe o Que Custar) é um programa humorístico que teve sua origem na Argentina, criado pelo jornalista Mário Pergolini, que teve como objetivo ironizar e denunciar fatos políticos e celebridades locais. O CQC existe no Brasil desde 2008, e passa todas as segundas feiras, às 22h30 na rede Bandeirantes de Televisão.  O programa é liderado por Marcelo Taz, que compõe a bancada junto com Oscar Filho e Marco Luque, os integrantes do grupo são conhecidos também como os “Homens de Preto”.
O programa a princípio era de cunho humorístico, e de fato não perdeu este foco, porém ainda cabe à ele outro gênero, o humorístico/jornalístico, como têm sido definido, principalmente pelo fator do infotenimento, palavra que se origina da junção das palavras “informação” e “entretenimento”, celebrando a cada vez mais recorrente utilização concomitante de diversão e notícia no texto jornalístico. O que causa divergências entre jornalistas e teóricos, pelo modo de que as informações são dadas ao público, com muita criticidade, mesmo que ainda muito popularesca, mas sem critérios e em grande parte, sem neutralidade, o que para muitos é o cerne do jornalismo idôneo, o que gera uma discussão interminável.
A partir daí, análise do CQC em relação a Kultur fica mais fácil, já que este programa se baseia na cultura de onde é sediada, no caso, o CQC do Brasil. Então há de termos o conceito de Kultur constatado neste programa, pois como dito antes, o foco é a informação como forma de sátira/ironia para denunciar e noticiar fatos regionais e nacionais.
Existe uma linha tênue entre Kultur e Civilization no programa analisado, quando se faz a comparação entre o que seria o ideal de cultura que daí simboliza o conceito francês sobre “civilização”, mas aborda bastante a contrapartida, que seria o conceito alemão Kultur, quando aborda opinativamente em comentários ou mesmo em reportagens de eventos ou acontecimentos tipicamente brasileiros, como shows de axé, futebol e inclusive o funk, embora o último aspecto que já é considerado patrimônio cultural nosso, seja retratado de forma mais pejorativa em alguns momentos do programa, realizando sátiras, mas também de forma enaltecedora, o que leva novamente a dois extremos do conceito de cultura, ou seja, atende públicos alvos aparentemente distantes. Há quadros do CQC que tentam expressar ou mostrar, por exemplo, o tipo de atitude que o brasileiro tem, mesmo que exprima erroneamente ou de certa forma preconceituosamente e inclusive culturalmente o rótulo que os brasileiros têm lá fora, até aderindo de certa forma ao determinismo, o que cria até um paradoxo entre ambos conceitos.
Um quadro que poderia exemplificar o que foi dito no parágrafo anterior é o Teste de Honestidade, quadro esse que não faz mais parte do programa. Mas quando ainda era televisionado pelo programa, consistia em testar a honestidade das pessoas, criando situações armadas para checar o caráter do brasileiro, trazendo novamente a tona a imagem do “brasileiro malandro”, característica que o próprio cidadão brasileiro adere à sua cultura. E ainda neste programa podemos exemplificar o quadro Proteste Já, CQC no Congresso e o Top Five.
·                                   é o quadro que segundo Marcelo Taz é um dos que mais dão audiência, depois de Top Five.

E que leva a este resultado é vontade da população em geral de tomar ou se empoderar de seus direitos. O cerne do quadro é denunciar problemas de âmbito regional, que não foram resolvidos pelos órgãos públicos responsáveis. Que faz levar o programa até o local para entrar em contato e fazer lobby aos responsáveis para que estes problemas sejam sanados. O que nos remete ao “Quarto poder”, que ultimamente tem se aderido à cultura de alguns países do ocidente, como por exemplo, o EUA.

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