Amor preto & branco

Perdi o apetite da pele negra, da química, da sua voz ecoante
Daquele antigo erotismo embriagado de paixão, canção, daquele amor delirante
Com tons quentes, odores e sabores supremos, extremos, festeiros
Seu colo, suas carícias, sua delicadeza ainda que animalesca ainda sim me causou transcendência
Das noites chuvosas, dignas de enredos pseudo românticos, e o tempo a nos acompanhar
Era meu pecado favorito, meu ópio, meu convite à mais um drinque
Eu sentia a nostalgia da imoralidade, já dizia Machado de Assis.


Mas o dia atormenta, fermenta e nos afugenta, ouvi dizer em fim programado
Quem sabe um belo sonho encantado, reinventado ou apenas encarnado num pesadelo fantasiado, Incrementado, refugiado, quiçá anestesiado com morfina, assim sem dores,  assim sem cicatrizes, sem horrores travestidos de flores.  Oh Meu amor, meu preto, ouça nosso soneto e morramos em nossos desejos secretos!


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